Surf Report de Solara para Março de 2006
NO MOINHO

Traduzido por Andre B. Souza

 
 
 
 


SURF REPORT DE SOLARA PARA MARÇO DE 2006

O LÍRIO DAS ÁGUAS

As chamas alaranjadas queimam
Com um calor digno dos Céus,

Incendiando tudo o que encontram pelo caminho –
Menos o lírio das águas.

Parece não ter ele outro destino senão a morte –
Mas não é nem mesmo tocado.

Todos os seus brotos e flores
Aparecem intactos do outro lado.

Extraído de “Os Mil Poemas de Kwan Yin”.

 

A magnitude das ondas do mês de Fevereiro atingiu tal ordem, que sua força volta e meia nos arrastou para debaixo d’água. Sentir-se “afogado” sob uma onda de tais dimensões fez com que fosse difícil para nós fazer qualquer coisa. Ao invés disso, fomos invadidos por um profundo sentimento de descontentamento, como o causado pelo grão de areia que irrita a ostra. Tornamo-nos tão descontentes com tudo que nos rodeava, que desejamos nos livrar de toda essa inércia, fosse para correr para a direção que fosse. E, ainda assim, sabíamos intimamente que não podíamos efetuar essas mudanças até o instante em que houvesse um ímpeto real para que nos movêssemos PARA alguma coisa proveitosa, ao invés de apenas nos movermos apenas pelo movimento em si.

É importante que nos lembremos que é justamente este próprio sentimento de descontentamento que na realidade está “criando a nossa pérola”. É esta constante impressão de “estar sendo esfregado do jeito errado” que está dando polimento a nossos seres.

Durante o mês de Março este sentimento deverá se intensificar. Freqüentemente, parecerá que fomos colocados em um desses moinhos de polimento de rochas brutas por atrito, que removem suas arestas através de turbilhonamento e choques aleatórios umas com as outras. Todas as nossas arestas brutas estão sendo “aparadas” para fora de nós, revelando mais e mais de nosso profundo brilho interno, que é o que realmente está em nosso interior.

Durante esse processo tumultuado, pode ser que seja desafiador tentar enxergar o que realmente está ocorrendo em nosso interior com um mínimo de claridade que seja. Estamos rodeados por uma série de mudanças profundas, que alterarão nossas vidas de várias maneiras e muito além do que possamos presentemente imaginar.

Poderemos sentir que nossos seres se desmantelam e fragmentam durante nossa permanência no moinho. Poderemos nos sentir total e completamente despojados de tudo. Em alguns momentos, nos sentiremos extremamente abalados e vulneráveis. Seremos continuamente atirados de volta para nós mesmos e, algumas vezes, perderemos contacto com aqueles que sentíamos que estavam tão perto. Não importa como nos sintamos, devemos confiar no fato de que estamos sempre no lugar e na hora certos.

À medida que formos batendo em outras rochas, faíscas vão voar. Aparentemente aleatórios, os encontros fortuitos podem muito bem fornecer algumas chaves importantes para a resolução de questões futuras que pode ser que hoje nós nem saibamos que existam.

Devido a este processo de atrito, alguns rostos familiares, tanto conhecidos como desconhecidos, poderão emergir da multidão, dando-nos lampejos de amores, passados e futuros. Esses rostos poderão ou não ser realmente de amores passados ou futuros, mas sem dúvida irão ativar memórias desses amores. Eles nos darão pistas importantes, que nos ajudarão a sair desse processo e andar na direção correta para nós.

Enquanto estivermos “dentro do moinho”, é muito importante que permaneçamos humildes e abertos. O que mais poderíamos ser, com uma multidão de pedras colidindo contra nossa própria alma! Não se agarre a outras rochas, nem tente forçar as coisas a se posicionarem de acordo com a sua vontade. Isso porque o lugar onde precisaremos estar não será necessariamente aquele em que esperamos que estaremos.

Nesta etapa, muitos dentre nós já podem ter começado a experimentar processos de purificação de algum tipo no plano físico. Estes processos poderão se manifestar como alergias cutâneas, gripes fortes, problemas de coluna, nas articulações, pescoço ou ossos, etc.. Não só “o grão de areia está irritando a ostra e criando a nossa pérola”, como também estamos experimentando a sensação que nos traz a imensa pressão que transforma carvão em diamantes.

Seja de que forma for que essa purificação se manifeste, tudo isso estará servindo a um propósito importante, ajudando-nos a recuperar a camada mais profunda e interior de nossos seres, para que possamos nos mover rumo ao próximo nível.

Agora não é hora de nos deixarmos arrastar para dentro de situações ou relacionamentos que nos prometam altos potenciais, mas que em verdade só nos darão migalhas. Esperem até que esses potenciais se transformem em realidades palpáveis e que o processo de “moagem” tenha acabado.

Muitas oportunidades, quer grandes ou pequenas, nos serão oferecidas ao longo do mês de Março, mas precisaremos nos lembrar do fato de que nós não necessariamente seremos obrigados a aceitar todas elas ao mesmo tempo. Cada uma dessas oportunidades deverá ser avaliada “de olhos abertos”, de modo a verificar se ela foi dada em integridade e também de que modo ela “ressoa” dentro de nossos corações. Se porventura escolhermos “encher o nosso prato” com uma quantidade demasiadamente grande de pequenas oportunidades, pode ser que fiquemos sem espaço suficiente se aparecer a grande oportunidade de nossas vidas, que estava justamente ao lado das menores. Apenas as oportunidades maiores e mais verdadeiras é que nos darão o alimento que nossas almas procuram.

Lembrem-se de que não podemos tentar realizar mergulhos profundos em tanques rasos,
porque bateríamos a cabeça no fundo do tanque.

Ao longo do mês de Março teremos constantemente que escolher entre as GRANDES ONDAS e as pequenas ondas. Não mais poderemos ficar em ambas as categorias. Nem podemos mais nos contentar em gastar o nosso tempo com as ondas pequeninas. Só mesmo as GRANDES ONDAS é que poderão levar-nos para onde nós mais desejamos ir.

Para surfar ondas tão altas assim com sucesso, primeiramente será preciso que saibamos utilizar toda a nossa maestria adquirida e, num segundo momento, será necessário que saibamos nos desligar de toda essa mesma maestria para realmente darmos o salto rumo ao desconhecido. E nisso entraremos em outros níveis de maestria que até aqui nos eram totalmente desconhecidos. Esse “surfar as ondas” também irá demandar um grau constante de flexibilidade e agilidade, pois tanto o Desconhecido quanto o Inesperado estarão sempre à nossa volta a cada passo.

Se estivermos abertos para o que quer que esse turbilhonamento nos traga, nós nos alinharemos com o seu ritmo, que com o tempo evoluirá para o de uma graciosa dança que haverá de nos trazer um sentimento de maravilhamento e alegria.

Por volta do final de mês, o processo de turbilhonamento deverá se acalmar. Este será o momento em que finalmente seremos capazes de verificar quais elementos de nossas vidas foram transformados em jóias luminosas e faiscantes e, ao mesmo tempo, quais deles foram transformados em seixos sem sentido.

Um panorama inteiramente novo começará a se desenrolar diante de nossos olhos. E o nosso direcionamento futuro deverá ser muito mais claro, apesar de poder ser um tanto surpreendente para nós. Esta talvez seja uma coisa em que não tenhamos pensado.... mas que é sem dúvida maravilhosa!


NO CORAÇÃO DO LÓTUS,
SOLARA

Saudações a todos, daqui do lindo Sul do Chile!

Para informações adicionais sobre este ano extraordinário, por favor, leia:

Surf Report para o ano de 2006

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