11:11 Master Cylinder:Great Pyramids - Egypt

Trecho do livro "11:11 Inside the Doorway", de Solara.

Copyright, 1992 de Solara. Todos os Direitos Reservados.

Traduzido por Andre B. Souza

11 de Janeiro de 1992:

Já é meia noite nas Grandes Pirâmides de Gizé, no Egito. Junto à base da terceira pirâmide, a de Miquerinos, existem as ruínas de um antigo templo. Fragmentos irregulares de paredes de pedra delimitam o que antes foi esse grande templo de formato retangular. Correm rumores de que os remanescentes da lendária cidade de AN jazem por debaixo dessas ruínas. Lá em cima, brilham sobre nós as estrelas de EL*AN*RA, sempre observando o que se passa aqui na Terra. Esse antigo templo agora se transforma em um dos átrios de AN, revelando-se para aquilo que há muito tempo já tinha sido estipulado. Milhares de velas brancas tremulam suas chamas, colocadas em saliências e nichos ao longo das paredes do templo, ou ainda posicionadas à volta dos muitos blocos e buracos que se espalham pelo chão. Memórias de outros tempos, outros lugares, antigas passagens e outros reinos da consciência, tudo isso começa a se agitar e a despertar.

Entramos neste antigo átrio de AN em silenciosa reverência. Vultos envoltos em vestes brancas, que vieram de muito longe para convergir rumo a este lugar, em um mesmo Não-Tempo, exatamente nos primeiros momentos do dia 11 de Janeiro de 1992. São em número de quinhentos esses viajantes fora do tempo, todos vestidos de camadas de roupas brancas; eles vêm de 32 países. Cada um de nós escutou o Chamado e escolheu escuta-lo com total comprometimento. Apesar de falarmos em muitas línguas, o nosso Coração Único ressoa com a Canção do Uno.

Dois guardiões postam-se em uma vigia silenciosa junto aos Portões Externos. Cada um que se aproxima precisa primeiro anunciar-se com um mudra e um Nome Estelar. Então se entra em um longo corredor, que serve como um canal de nascimento que leva ao átrio de AN. Passam pelos Guardiões dos Portões Internos, que se curvam em silencioso reconhecimento.

No interior dos muros do templo, os vastos círculos representando o Sol e a Lua estão formados, tendo-se oito círculos concêntricos de 11 elementos cada. Começa a música e todos juntos, como o Uno, começamos a formar as Rodas dentro de Rodas. Com movimentos fluidos, movemo-nos através do Não-Tempo e do Não-Espaço. A beleza disso é indescritível. Vai além de qualquer coisa que tenhamos experimentado na terra. Tudo o que eu consigo pensar é que Shamballa voltou a nós. Nós realmente conseguimos ancorar o Padrão da Unidade no planeta.

O Não-Tempo começa a se expandir com um profundo sussurro. Nunca antes eu tinha sentido isso de forma tão poderosa. Enquanto nos movemos e executamos a Dança Processional da Estrela, uma enorme estrela nasce; trata-se da Estrela de nossa Presença Unificada. Finalmente ela está aqui! Enquanto começamos o nosso giro, é como se o próprio Céu começasse a girar em sincronismo conosco.

E isso continuou, durante trinta e oito horas, sobre o Átrio sagrado de AN, junto à base da Pirâmide de Miquerinos. Os Movimentos Unificados se prolongaram sem parar ao longo de toda aquela noite longa e fria, por todo o dia que se seguiu, por outra noite longa e fria e entrou pela tarde seguinte. Foi uma experiência que nenhum de nós jamais esquecerá, pois é algo que ficará gravado no mais profundo de nossos seres. Fomos tão transformados, que nunca, jamais haveremos de ser os mesmos, tamanha a profundidade da bênção que havíamos recebido por estarmos lá. Tínhamos visto aquilo que pouquíssimos olhos humanos já haviam visto. Tínhamos ficado a tal ponto imersos na Realidade Maior, que as próprias fibras e células de nossos seres tinham sido irreversivelmente realinhadas de acordo com um Padrão de Unidade.

Existem pequenas e preciosas memórias que cada um de nós carrega consigo, como se fossem pequenas jóias engastadas em nossos corações. A visão dos majestosos Guardiões que se erguiam, tão resolutos, ao longo de toda a nossa vigília, protegendo a santidade da nossa cerimônia e ancorando os Raios Cósmicos. Muitos serviram como Guardiões ao longo daquelas longas horas; cada um de nós recebeu uma infusão direta de Unidade. Ao longo das escuras horas noturnas, quando um vento congelante penetrava as nossas camadas de roupas, os Guardiões permaneciam firmes em sua posição, os braços estendidos. Às vezes a noite ficava tão fria que tínhamos que trocar os Guardiões a cada meia hora, mas novos voluntários estavam sempre disponíveis para responder ao nosso Chamado.

O maior desafio foi nas primeiras horas da madrugada, quando é mais frio e escuro. Foi lá que o nosso grupo teve seu número diminuído a um mínimo. Mas os movimentos sempre continuavam. Lembro-me de gente desmaiando de exaustão, deitada de barriga para baixo na areia do deserto. Mas também houve os que nunca saíram do complexo de templos, tendo servido continuamente com compromisso e dedicação, fazendo com que a estrela girasse por todos. Eu nunca mais me esquecerei da expressão em seus olhos brilhantes como estrelas, pois eles verdadeiramente estavam em um lugar transcendente de onisciência e onipresença. Naquele instante eu os honrei, assim como os honro agora, pois eles realmente demonstraram a sua verdadeira magnificência no momento em que mais ela era necessária.

Após o momento extremamente poderoso das 11h 11min GMT (correspondendo 1h 11min da manhã do dia 12 de janeiro no Egito), soubemos que a Porta finalmente tinha se abrido. Uma profunda mudança se fez sentir. A multidão mais uma vez diminuiu e só ficaram aqueles profundamente comprometidos com o processo; a ênfase mais uma vez se voltou para a Dança Processional da Estrela, que se tornou mais e mais preciosa. Eu sentia que nós espiralávamos para cima e através do Portal. Então veio a maravilhosa nova aurora, a mais linda que nós jamais havíamos visto. Os primeiros raios de luz desceram sobre nós e nossas energias se recuperaram. Kumari, que vinha compartilhando comigo a posição de Mãe da Estrela, e eu começamos a alimentar os dançarinos da roda com amêndoas, granola e pedaços de chocolate. Garrafas de água eram passadas para mãos que recebiam nossas humildes oferendas com gratidão. E por todo esse tempo a estrela continuava a girar.

À medida que o dia amanhecia, o sol esquentava nossos corpos e começamos a tirar algumas de nossas camadas de roupa. Nossa estrela se tornou maior, pois as pessoas retornavam. Kumari e eu continuamos a dançar por dentro da Processional da Estrela, movendo-nos com passos lentos e cerimoniosos, enquanto mantínhamos aberto o Portal do 11:11. Por volta da manhã de 12 de janeiro, as energias começaram a se intensificar. Podíamos sentir a entrada de um raio penetrante de Luz Branca. Ele atravessou o meu ser como se fosse um raio laser, fazendo com que meu corpo desse um coice para trás; minhas pernas pareciam ter virado geléia. Se não fosse pela presença estabilizante de Kumari, eu teria sido derrubada. Enquanto a Processional continuava, eu conseguia ver que toda a nossa abençoada estrela estava espiralando rumo a uma Nova Oitava!

Existem ainda muitas outras recordações. Nossos surpreendentes dias de preparação, no aristocrático salão de baile de nosso hotel. Como foi fácil entrarmos na Unicidade... Que grupo tão extremamente bonito, puro e poderoso de seres estelares, de todas as partes do mundo, nós formávamos! Lembro-me de nosso passeio pelo deserto, com vista para as Pirâmides, montados em camelos e cavalos, que serviu como estopim para a partida da Caravana Celestial. Como nos sentíamos à vontade sobre aqueles camelos, em nossas túnicas e halos! Os cantos vindos dos camelos e das canoas, que nos revigoravam com energia renovada... a elaborada Iniciação de Melchizedek... era só a segunda vez que ela era trazida ao planeta... O Vasto Amor que rodeava e abraçava tudo à nossa volta. Eu honro pessoalmente a cada um que tomou parte nisso.

Devo agradecer à nossa equipe, que nos serviu de forma tão maravilhosa: a Kumari, que manteve a santidade do Raio de Luz, a Elariul e Kala*ai, que continuamente se revezaram comigo ao microfone para dirigir a movimentação ao longo de todas as 38 horas, a Etherium, por sua música entusiasmante e inspirada, a Aquataine, por sua Presença poderosa e paternal, que nos servia como uma campânula de amor e proteção, a Aarela, que tomou conta dos assuntos de 3-D, a Ramariel, pela força de sua Presença durante a Dança Processional da Estrela e também em nossa experiência no Nilo, ao Comandante Estelar Albion, pelo trabalho de tradução em três línguas que fez ao longo de toda a cerimônia; também agradeço a Solar, Solaris, Nova, Urith-Ra-El, Aya, e Zaragusta.

E ainda há algo mais a dizer: que a Nossa cerimônia sagrada no Átrio de AN ainda prossegue... Ela não tem fim, pois está enraizada num momento eterno de Não-Tempo. Trata-se de uma manifestação da Realidade Maior, trazida à Terra, e se encontra disponível para todos. Caso você queira se juntar a nós lá, coloque uma roupa branca e esvoaçante, coloque para tocar a música da Dança Processional da Estrela e juntos, como o Uno, nós mais uma vez iremos espiralar rumo a uma Nova Oitava!